Afinal de contas, o que é dinâmica?
O conceito é um tanto subjetivo, mas é muito prático.
Você já deve ter tido um professor de escola, faculdade, cursinho ou qualquer outro lugar que tem o costume de falar sem variar nem um pouco o tom de voz. Parece um robô falando e não se sinta envergonhado em dizer que isso te dava sono, pois essa regularidade dá sono mesmo em qualquer ser humano.
E por que esse sono?
Parece que nosso cérebro foi feito para ser desafiado e na falta de desafio, ele fica desatento. A falta de variação no que escutamos nos deixa desatentos.
Imagine escutar uma piada 2, 3 ou 4 vezes seguidas. Quanto mais você escutar, menos ela terá graça.
Isso é por um motivo óbvio: nós não mantemos a atenção em algo repetitivo e isso inclui nossos ouvidos.
Se não tivermos variações na música ela não nos deixará com aquela vontade de quero mais, ou de: como será a próxima parte da música?
Vou deixar bem claro então: uma música que não tiver variações deixará o ouvinte acostumado com a música logo no começo e uma vez acostumado com ela, irá ficar desatento e não terá mais vontade de escutar essa música, que para ele, parecerá chata, repetitiva, feia, sem sentimentos, sem graça e a banda será apenas mais uma banda chata que não passa nada através de sua música sonolenta.
Tecnicamente dizendo, essa banda não tem dinâmica, ou seja, ela toca de forma linear.
E como fazer a tal dinâmica?
Na teoria é muito fácil e músicos que estão acostumados trabalhar em estúdio têm mais facilidade de entender.
Basicamente temos que entender que quanto mais instrumentos temos tocando, maior será o volume da nossa banda e trabalhar na dinâmica consiste em variar a intensidade da música que é feita tanto de volume quanto de notas.
Muita gente acha que dinâmica é apenas volume, mas não é só isso.
Temos vários, mas eu diria que temos seis itens que controlam a dinâmica: volume, velocidade, timbre, harmonia, letra e quantidade de instrumentos e de notas
O volume é o mais básico e fácil de lembrar, mas não é tão fácil controlar. Já vi igrejas onde o pessoal da mesa de som aumentava e diminuia a dinâmica de acordo com a música e era muito bem planejado. Seria legal a banda conseguir fazer isso por conta própria, mas é bem difícil faer isso na mão e no ouvido. Quando a música é gravada num estúdio, em determinado momento ela é lapidada de forma a ter essas variações no volume.
A velocidade também influencia, pois a música rápida "empurra a música para a frente" e dá uma sensação de corrida e de que a música está fluindo, porém pode ser agressiva e não agradar tanto alguns ouvidos. Pode ser representada por virada de bateria, solos de instrumentos, ou até mesmo no conjunto.
O timbre é a propriedade do instrumento de ter uma personalidade e isso inclui a voz humana. Temos timbres mais calmos e outros agressivos. Um violão de nylon pode ter um som muito suave e em contrapartida, uma guitarra distorcida vai deixar o som agressivo. O timbre do instrumento, quando transmitido de forma eletrônica pode ser "aquecido" pelo uso de equipamentos como o pré-amp, que vai aumentar o gain ou ganho do instrumento, até distorcê-lo.
Esse ganho é uma forma de deixar o som mais enérgico e tornou-se uma forma muito comum de dar vida ao som.
A harmonia também influencia na intensidade da música, pois músicas comumente são dotadas de dissonâncias que são "resolvidas". Músicas com muitas dissonâncias que não são resolvidas com frequência ou que são postergadas dão o tom mais dramático à música e aumenta sua intensidade.
A letra segue o mesmo rumo e da mesma forma que a harmonia, ela tem o dom de passar diversas emoções para o ouvinte. Se passar emoções fortes vai aumentar a intensidade da música.
A quantidade de instrumentos e de notas também aumentam a dinâmica da música pois aumentando a quantidade instrumentos, temos mais notas tocadas ao mesmo tempo.
A pausa também é música e lembre-se que muitas vezes nossos instrumentos devem fazer a pausa, pois aquele é o momento de dinâmica fraca e para isso devemos cortar a intensidade da música e uma forma muito funcional é diminuindo a quantidade de instrumentos.
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