O ser humano tem três naturezas: corpo, sentimento e a alma ou espírito.
Corpo - É literalmente o nosso corpo, a parte material do nosso "eu". É ele que se machuca, que anda, que pula, etc.
Sentimento - Nossos reflexos em relação aos acontecimentos ao nosso redor. Muitos dizem que é uma ponte entre o material e o não material. Nosso sentimento é a nossa parte que fica triste, feliz, preocupado, calmo, frustrado, etc.
Alma ou espírito -É o nosso "eu" espiritual. Se morremos é o que sobra. No cristianismo dizemos que é a nossa parte imortal que irá para junto do pai após nossa morte carnal. A natureza desse nosso eu é espiritual e portanto não reagem às coisas materiais e sim às coisas espirituais. É a parte do nosso ser que se conecta a Deus enquanto estamos vivos (e provavelmente ainda mais quando não estivermos mais) através do Espírito Santo.
Agora a aplicação técnica.
Músicas muito ritmadas e com muito groove tem a sua energia carregada no ritmo. O nosso corpo reage ao ritmo pois ele tem ritmo. Nosso coração bate ritmado, nossos movimentos são ritmos, nosso piscar de olhos, nosso caminhar, etc.
Assim, ao escutarmos músicas muito ritmadas, nosso corpo reage e isso nos empolga. Música com ritmo envolvente é envolvente exatamente por ter um ritmo que entra em sintonia com nosso corpo.
Músicas bonitas, com dinâmica, com letras inteligentes atingem nosso sentimento, formando um elo de modo que uma música calma e tranqüila irá nos deixar nesse estado de calma. Da mesma forma uma música triste irá nos levar a esse sentimento. Uma música engraçada devido ao teor de sua letra irá nos elevar o humor da mesma forma que uma música mais rápida nos deixará mais acelerados.
A música tem o dom de nos induzir ao seu status sentimental propositalmente ou não.
Agora, a pessoa tem a possibilidade de se conectar espiritualmente com Deus através da música. Na verdade, o louvor parte da pessoa e da vida de comunhão entre ela e Deus, mas a música, pode auxiliar nesse processo. Por isso falam que as bandas de louvor são facilitadores. A idéia é que a banda através da música consiga não emocionar as pessoas, mas levá-las a um estado de concentração que a permita abandonar seus problemas, suas doenças, seus medos, suas ansiedades e se conecte àquele que habita nos louvores.
A banda talentosa tem o dom de sensibilizar as pessoas, mas a banda ungida não leva as ninguém ao sentimentalismo, mas leva o público a conectar-se com o seu criador, sendo o sentimento um reflexo dessa conexão e não sendo o objetivo final da banda.
Agora na prática
Para entender o que eu vou falar você precisa ver o texto sobre maturidade espiritual.
Falamos então de sermos facilitadores para que os outros possam louvar.
Como podemos então facilitar as coisas?
A forma varia para o público pois tudo depende da maturidade espiritual dele. Há muita diferença entre quem acabou de sair de um encontro de oração, ou que está participando de um congresso de música e quem acabou de brigar no trânsito, que ficou vendo televisão a tarde toda, que chegou atrasado e ainda está com a sensação de pressa, com pessoas que estão preocupadas, bravas, ansiosas, ou seja, com sentimentos que os coloca em estado de defesa.
Como temos três naturezas, corpo, sentimento e alma ou espírito, cada uma tem sua maneira de nos "defender" como torres de vigia de um castelo. Não somos receptivos a tudo, ainda mais quando saímos da zona de conforto.
A idéia é conseguir escalar e atingir as três torres, usando para cada uma a forma mais prática e assertiva.
Torre 1 - O corpo
A ligação com Deus não ocorrerá se a pessoa estiver com o corpo a um milhão e a cabeça na lua, portanto a pessoa deve primeiro controlar o seu corpo.
O corpo pode distraí-lo caso seus sensores (olfato, paladar. visão, audição e tato) fiquem te mandando sinais constantes que o distraia e confunda. Precisamos de concentração.
Como eu já falei o corpo reage ao ritmo e dessa forma, se temos um público muito desconcentrado, a melhor forma que a banda tem de fazer o humano entrar em sintonia com seu corpo é tocar uma música mais agitada pois a pulsação da música será um convite para que o corpo largue sua desatenção causada por um desarranjo entre corpo e mente e entre em sintonia com o ritmo imposto pela música, que se receptivo, entrará no clima imposto pela música e assim alcançaremos a primeira torre.
Quantas vezes vemos pessoas que escutam uma determinada música e começam a batucar, e gingar com o corpo e entram no clima da música? É disso que eu estou falando.
A pessoa escutar um ritmo legal que o distraia do seu dia-a-dia e o atraia para o louvor.
Torre 2 - O sentimento
Mesmo concentrada, a pessoa ainda pode estar com os sentimentos errados, estando nervosa, apressada, irreverente e esta é a hora da música agir mudando esse sentimento da pessoa acalmando e já levando a pessoa num sentimento de submissão não à banda, mas a Deus.
Outros sentidos podem acabar sendo alcançados como alegria, felicidade e é claro que isso é benéfico.
A música com dinâmica bem trabalhada é a indicada para trabalhar nos sentimentos, pois alterna calma e força com beleza.
Torre 3 - Alma ou espírito
Esse é o passo onde a experiência pessoal atravessa a ponte entre o sentimento e o louvor genuíno.
A alma ou espírito do salvo conecta-se a Deus num louvor verdadeiro quando sua alma está calma, submissa e aberta ao contato.
Deus habita nos louvores e isso quer dizer que quem realmente buscar a Deus não terá resistência dele. Pelo contrário, terá aceitação daquele que se sacrifou por você. Ele está esperando pela sua atitude de adorador e quer que nós o adoremos.
As músicas de adoração são ótimas para essa situação, tanto que recebem esse nome.
Geralmente bandas de louvor que trabalham nesse perfil das três torres, mesmo que sem querer ou porque tem essa visão mas com outro nome costumam orar após o no meio de músicas de adoração.
Continua
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