O estabelecimento de metas é menos geral e mais conceitual.
Ao traçar objetivos, somos bem claros e bem generalistas, ou seja, é a parte mais fácil. Falar que quer melhorar algo é realmente o mais fácil.
A meta exige que tenhamos idéias, porém gente acostumada a elaborar metas são óbvias ao traçá-las e o motivo é bem simples: porque acertadamente começam fazendo o básico e o óbvio.
Se os músicos não tocam muito bem, eles precisam de aula. Se são pouco disciplinados, vamos estudar sobre o que diz respeito à disciplina.
É como fazer o jogo dos contrários, onde você cita uma situação e apresenta a situação exatamente contrária a ela. Essa situação contrária certamente é a que queremos.
Veja só o nosso exemplo fictício que vem servindo de exemplo:
o tipo de conjunto - um grupo de louvor grande (não há desejo de mudar o tipo);
o tamanho da banda - Manter média pois está funcionando bem;
a especialização técnica dos músicos - evoluir de média/baixa performance para média. Manter a regularidade em média;
o investimento - Manter pequeno. A igreja está com outras prioridades atualmente;
a estrutura - Manter média. A igreja está com outras prioridades atualmente;
a disciplina - Aumentar de média para disciplinada;
a dedicação - Aumentar de médio para alto;
a organização - Aumentar de médio para organizada.
Vamos agora cortar o que não queremos que mude ou que não faremos questão que mude:
a especialização técnica dos músicos - evoluir de média/baixa performance para média. Manter a regularidade em média;
a disciplina - Aumentar de média para disciplinada;
a dedicação - Aumentar de médio para alto;
a organização - Aumentar de médio para organizada.
São apenas quatro pontos para serem mudados e na lógica, vemos que é uma banda que crê que deve melhorar tecnicamente, amadurecer e se organizar.
Agora o jogo dos contrários:
a especialização técnica dos músicos - Ou colocamos mais gente melhor tecnicamente ou treinamos os que temos.
Muitas vezes, grupos de louvor são muito receptivos a novos membros e não se preocupam tanto na questão técnica. Dessa forma podemos ter uma banda inchada e podemos dar mais espaço àqueles que estão se dedicando, gerando uma razão nova para que os músicos se esforcem mais, que é a oportunidade de tocar.
Se esse grupo toca os quatro domingos por mês por exemplo, deixamos a banda com o pessoal mais firme para tocar três semanas e uma formação mais simples para tocar um ou dois finais de semana por mês. Dessa forma, aquele que deseja tocar mais deve aprender mais. Issopode gerar umacerta competição? Sim. A competição pode ser sadia para o time, desde que a liderança seja idônea, clara e imparcial em suas escolhas.
Esse é só um exemplo do que fazer quando a idéia é usar diferentes formações para privilegiar os esforçados.
A segunda coisa que eu falei logo acima é treinar os que estão tocando. Algumas igrejas podem promover aulas de música em suas dependências, às vezes pagando o curso para os interessados ou apenas servindo como intermediária e organizadora das aulas e o pagamento do professor seja efetuado pelos alunos. É sempre bom que a igreja se responsabilize em recolher o pagamento e também em pagar para o professor
A aula de música irá esquentar a banda e como tempo, tende a fortalecer os interessados.
Quando há uma movimentação bem planejada, respeitosa, bem feita, clara, o pessoal envolvido percebe que há um movimento e isso pode animar as pessoas, se o que for passado para o pessoa for passado como uma oportunidade de crascimento e que todos estão convidados a fazerem parte do processo. Se for passado para o pessoal ou eles entenderem que haverá punição àqueles que não forem tão técnicos, certamente haverá resistência.
Sobre a disciplina, vamos lembrar que ela está dividida entre espiritualidade, comportamento e perceverança.
Esses itens parecem-me muito ligados ao conhecimento bíblico, vida dedevoção a Deus e força de vontade. Cabe à liderança saber incentivar as pessoas que frequentem o máximo possível as atividades da igreja, tanto dos cultos quanto dos encontros de ensinamentos bíblicos. Podemos ter na igreja alguns cursos sobre louvor falando tanto do âmbito epiritual quanto da parte técnica.
O comportamento é uma questão importante, pois gente encrenqueira que estiver gerando problemas podem e devem ser afastadas desse serviço. É melhor tocar sem um ou outro instrumento do que dar espaço para pessoas que não merecem ou pior, merecem estar longe de responsabilidades pordar mau exemplo.
Já a perceverança é a auto-motivação que nasce de dentro da pessoa, porém, quem estiver vendo a igreja querendo melhorias, se organizando, irá ter dentro de si uma escolha: ou se encolhe e perde espaço ou participa e vive feliz.
Quando algo começa a mudar e começa a ficar bom, muitas pessoas aparecem querendo fazer parte. Ninguém quer ir à bordo do Titanic, vendo que ele está afundando, mas quem não quer participar de algo legal, funcional, crescente, empolgante?
Começe a fazer as mudanças de forma empolgante, não ofensiva, e você verá como será a atitude das pessoas.
Sobre a dedicação, é interessante dizer que é exatamente esse o ponto que será balançado na vida dessas pessoas. Depende da pessoa encarar as mudançascomo uma afronta e se ofender e sair bravo ou ver como uma oportunidade e crescer junto com a igreja. Mesmo assim podemos ajudar as pessoas a entender a necessidade da igreja de sempre melhorar em todos os sentidos. A liderança deve conscientizar a todos sobre possíveis mudanças.
E por fim a organização já é uma questão mais voltado para a liderança. Diversas coisas podem ser feitas no sentido de melhorar a organização da banda, como melhorar a qualidade dos ensaios, maior dedicação aos horários de ensaios, dos compromissos, elaborar um repertório, marcar as músicas que já tocou recentemente para não ficar repetindo muito as músicas. Se necessário, que seja criado um grupo de regras básicas para que fique claro o que é considerado intolerável pela banda.
Mas o leque de coisas que a organização que a liderança pode realizar e incontável.
Muitas idéias podem surgir de dentro da própria banda vinda dos próprios músicos. Eles fazem parte do processo e isso deve sempre ser levado em conta, pois eles são os principais envolvidos. Como podemos excluí-los?
Daí prá frente devemos estipular as datas para que as mudanças comecem. Algumas reuniões (proporcionalmente ao número de medidas a serem tomadas) podem ser necessárias para que tudo seja estabelecido, como horários de aulas com professor de música, preparação de aulas com questões bíblicas sobre louvor, às vezes até utilizando-se da escola dominical, afinal de contas, ela é uma escola, não?
Eu diria que para um planejamento pequeno como o citado acima, podemos generosamente traçar uma meta de seis meses para a elaboração de todas as mudanças e mais seis meses para a implantação, considerando uma igreja sem grande habilidade de organização e com a liderança bem centralizada num grupo de presbíteros, diáconos, obreiros e pastores, que é o mais comum. Provavelmente essas mudanças deverão passar pela autorização desse grupo de líderes.
Eu citei uns exemplos de forma bem genérica. Cada caso é um caso e a capacidade de quem está encabeçando as mudanças de fazer acontecer é um grande diferencial e irá potencializar a realização benéfica dessas mudanças. Não esquecendo nos demais membros que farão parte de tudo e devem entrar no clima das mudanças.
Caso você tenha alguma dúvida ou queira ajuda, pode entrar em contato comigo através do blog, mandando um recado no post ou mandando um e-mail para regis.fleckner@gmail.com
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